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Um só ato de amor feito numa fase de aridez vale mais do que cem em tempo de consolo.

  

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Santiago de Compostela

 

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Caminho Português

 

 


Peregrinar é um ato de Fé. É um Caminho e como tal pressupõe um itinerário, mas não se esgota nele. Tem que se lhe associar uma intenção e um objectivo, que alimentam a motivação e despertam a busca interior, promovendo assim o enriquecimento espiritual e cultural.

Entre nós, cristãos, as Peregrinações mergulham as suas raízes no Antigo Testamento, no Êxodo do povo eleito para a Terra Prometida. Jesus Cristo peregrinou também a Jerusalém. E a Igreja, que desde os primeiros tempos promove o culto dos lugares santos, fomenta também as Peregrinações. Jerusalém, Roma e Santiago foram os grandes centros da cristandade que mobilizaram inúmeras gerações de peregrinos, como ainda hoje acontece com Lourdes, Fátima ou Czestochowa.

Mas se Jerusalém e Roma foram os grandes pólos de difusão do cristianismo, o primeiro por ser a Cidade Santa onde o Filho de Deus se entregou para redimir a Humanidade e o segundo pela sua distinção como Solo Pontifício, a Santiago de Compostela cabe o privilégio de ter sido, ao longo de todo o segundo milénio, a grande confluência da rede viária europeia por onde correu a pregação do Evangelho, que é a base civilizacional deste velho continente.

Podemos por isso mesmo afirmar que os Caminhos de Santiago são um denominador comum da cultura europeia. Pelo que, numa Europa que mais que nunca se quer forte e coesa, falando uníssono em todas as línguas, estes itinerários, que são espaços públicos de convergência e harmonia, devam ser respeitados e promovidos. Neles, qualquer caminhante se sente um cidadão do mundo, o que lhe dá a oportunidade de perspectivar as suas convicções num sentido ecuménico de abertura e de tolerância.

 

 

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Aquarela de Nicola Albani, 1743É nesta rede intrincada de itinerários jacobeus provenientes de todos os cantos da Europa que se enleiam os que têm origem em Portugal e tantos eles são quantas as possibilidades reais de acesso de cada local ao túmulo do Apóstolo. Mas entre todos assume particular relevo a estrada real PortoBarcelosValença, onde confluem quase todos os demais, reforçando este percurso como a espinha dorsal dos caminhos portugueses de Santiago.

Foi este o itinerário escolhido pela maior parte dos peregrinos que demandaram Santiago, pelo menos a partir do início do séc. XIV, o que bem se demonstra pelos inúmeros relatos que se conservam nos arquivos compostelanos e nas referências conhecidas aos seus caminheiros mais ilustres a Rainha Santa Isabel, Leão de Rotzmithal, Jerónmo Münzer, el-Rei D. Manuel, Confalonieri, Albani, e provavelmente também S. Francisco de Assis, o Beato Francisco Pacheco e tantos outros egrégios peregrinos que a memória não registou. Com efeito, com a conclusão da ponte de Barcelos em 1325 e a remodelação da de Ponte de Lima na mesma época, foi possível criar um percurso rectilíneo que evitava a inflexão por Braga e a travessia a vau ou em barca dos rios mais perigosos. Rates, Barcelos, Ponte de Lima, Valença, Tui, Redondela, Pontevedra e Caldas de Reis definiram o novo itinerário medieval do Porto a Santiago, tendo apenas em comum com a velha via militar romana um ou outro troço urbano e as pontes ainda em uso para vencer as ribeiras mais buliçosas.

Foi também este percurso o comummente utilizado pela população que se movimentava de sul a norte na província de Entre-Douro e Minho e que não descurava a rapidez, a segurança e a comodidade. Por aqui correram multidões de gente anónima, caminheiros, viajantes, almocreves, mercadores, feirantes e romeiros. Foi percorrido pelas forças regulares, pelas Campanhas de Ordenanças, pela tropa-fandanga e por chusmas de aventureiros, de bandidos e de contrabandistas. Foi palco de escaramuças, de assaltos e de emboscadas, viu passar toda a sorte de gente e testemunhou cinco séculos de agitado relacionamento entre dois povos irmãos que o Destino não quis juntar.

Monumento ao Peregrino em PadrónMonumento ao Peregrino no Albergue de PontevedraOs esquadrões de Soult ainda o percorreram em 1809 e nas refregas fratricidas que marcaram profundamente a viragem do regime, no segundo quartel do século passado, deu o seu derradeiro contributo para o precário sistema de comunicações ao tempo disponível.

Foi a estabilidade que se começou a desenhar com a Regeneração que determinou o fim da velha estrada real. O fomento de uma nova rede de acessibilidades alterou profundamente o status quo e fez disparar um esforço de desenvolvimento que não se compadecia das relíquias de um passado arcaico e obsoleto, em tudo desconforme com o novo ideário.

É neste quadro e particularmente no Entre-Douro e Minho, que assume inusitada dimensão a política de melhoramentos empreendida por Fontes Pereira de Melo. Logo no início da década de 50 (bem entendido 1850) uma nova estrada alcança Viana, transpõe o Lima numa soberba ponte metálica e prolonga-se até Caminha e Valença. Uma outra, procedente de Braga chega a Ponte de Lima, para gáudio da população, que para um trajecto de seis léguas tinha uma jornada inesquecível por cangostas e lamaçais, com saltos de poldra em poldra. Enquanto isto, também a linha dos Caminhos de Ferro vai crescendo atinge Valença em 1882 e penetra em Espanha quatro anos depois.

Barcelos e Ponte de Lima deixarão de ser pontos de passagem obrigatória nas deslocações norte--sul e Viana, já cognominada do Castelo, assume claramente a hegemonia e a liderança política e administrativa do Alto Minho. Neste novo contexto não se justificava criar alternativas, nem mesmo o reforço ou a beneficiação do caminho velho, nomeadamente do troço Ponte de Lima-Valença, projecto indiscutivelmente difícil e oneroso, quando Braga e Viana regateavam da Munificência Régia as primícias do acesso à fronteira.

Este percurso, por isso mesmo, perdeu o interesse, foi abandonado e rapidamente esquecido, jazendo as velhas cangostas vilipendiadas por William Kinsey, entre tojeiras e codessos impenetráveis.

O manifesto desinteresse da ligação Barcelos-Ponte de Lima-Valença, preterida por outros acessos mais francos à fronteira, valeu-lhe, assim, alguma preservação, já que os outros percursos que justificavam benfeitorias conservam hoje do original pouco mais que um vago traçado.

No remanso duma paisagem que se tem mantido incólume com o correr do tempo, o caminho foi-se apagando, lentamente, nos lameiros das veigas e nas encostas esqueléticas da Labruja, onde até o mato mal resiste à erosão. Mas o traçado estava lá, razoavelmente conservado, adivinhando-se num cruzeiro, numas alminhas, nuns restos de calçada trilhada por fundas relheiras e quase sempre bem registado na memória da população local

 

 

 

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Etapa da peregrinaçãoQuando no início dos anos sessenta, o Pároco de O Cebreiro, don Elías Valiña Sampedro, apregoava o Milagre Eucarístico na sua Igreja de Santa Maria la Real, estava a dar novo alento às antigas peregrinações jacobeias que celebrizaram aquela intervenção divina. Tomou então este encargo como uma missão, organizou congressos, promoveu associações, reconheceu o Caminho e sinalizou-o, pintando setas amarelas, que ainda hoje se têm como a mais conhecida e segura identificação de um itinerário jacobeu.

Fazia mais de dez séculos que multidões de devotos a Santiago peregrinavam ao seu túmulo e só nos anos mais recentes esta prática esmorecera e quase se extinguira.

Com a sinalização do Caminho Francês o fenómeno disparou, aumentando progressivamente, mês após mês, ano após ano, o número de peregrinos que de todo o mundo e nomeadamente da Europa ocorriam a Santiago de Compostela, calcorreando os velhos caminhos que os estudos e as guias sugeriam. Reabrem-se antigos e novos albergues, editam-se roteiros e mapas, proliferam os estudos monográficos, organizam-se congressos e seminários, constituem-se Associações de Amigos, especializa-se, inclusivamente, a oferta turística das cidades históricas servidas por este itinerário. E o sucesso foi de tal dimensão, que em 1987 o Conselho da Europa o galardoa como Primeiro Itinerário Cultural Europeu e em 1993 a UNESCO classifica-o já como Património da Humanidade.

A Xunta de Galicia, consciente da dimensão universal deste entusiasmo e da sua acção catalizadora da integração europeia, decide explorar outros itinerários jacobeus de reconhecido sentido histórico e promover igualmente a sua reutilização. Inicia as diligências com o velho Caminho Português, indiscutivelmente considerado o mais importante das chamadas rotas secundárias, abrindo concurso público para a sua identificação, caracterização e valorização. E no Ano Santo i de 1993 é pela primeira vez divulgado o itinerário entre Tui e Santiago que os Peregrinos preferencialmente utilizavam quando provinham de Portugal.

Este magnífico trabalho foi realizado por uma equipe iida Asociación Galega de Amigos do Camiño de Santiago, que em boa hora entendeu que o Caminho Português não se esgotava na Galiza, e diligenciou todos os esforços para obter apoio na investigação em Portugal. Assim se alargou a equipe, primeiro em Valença, onde nasceu a Associação local dos Amigos do Caminho, e depois em Ponte de Lima. E passados quatro anos de rebuscada investigação e trabalho de campo, foi possível fixar o velho caminho para norte de Ponte de Lima, iniciando-se desde logo os trabalhos para sul daquela vila em direcção a Barcelos e ao Porto.

Actualmente, podemos considerar este itinerário definido e fixado entre o Porto e Santiago e em curso um conjunto de actividades que têm em vista a sua recuperação, sinalização e divulgação, promovidas pela Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago, que tem a sua sede em Ponte de Lima.

A recuperação não envolveu ainda e muito menos de uma forma programada, a totalidade do itinerário, como sucede no troço galego por iniciativa da Xunta. São as respectivas Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia que, por solicitação da Associação, realizam acções pontuais de limpeza e redobram cautelas no licenciamento de intervenções públicas e privadas. Mas outros projectos estão também a arrancar a criação de pelo menos dois albergues de Peregrinos; a proposta de classificação do Caminho Português como Património Cultural; e a edição de um roteiro prático, cartografado a escala conveniente, que será um excelente complemento da Guia recentemente publicada em Pontevedra.

A sinalização poderá vir a ter um carácter definitivo, uma vez que o Caminho tem já uma identificação precária com as inconfundíveis setas amarelas, que o tornam acessível a qualquer caminheiro, prevendo-se ainda acrescentar à indicação de Santiago de Compostela a direcção oposta do Santuário de Fátima, esta talvez com uma seta azul. De facto, o Caminho Português de Santiago, no seu retorno, é um Caminho de Fátima, com afluência crescente de Peregrinos que, por devoção à Virgem Maria prosseguem viagem depois de alcançar Compostela.

A promoção é também um dos aspectos fundamentais para garantir a continuidade das Peregrinações e perpetuar a devoção jacobeia, efectivando-se com a publicitação do crescente movimento que se tem vindo a verificar nos últimos anos, apoiando as iniciativas que vão surgindo e participando em todos os eventos em que este tema se enquadra. Mas também, de uma forma muito particular, com a realização, por parte da Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago, de uma Peregrinação anual na semana precedente da festividade de S. Tiago, que envolve algumas dezenas de participantes, na sua maioria jovens. Esta Peregrinação partiu de Ponte de Lima (156 km) em 1998 e 2000 e de Barcelos (188 km) em 1999, prevendo-se que em 2001 parta finalmente do Porto (243 km), que nesse ano se consagra como uma das Capitais Europeias da Cultura.

Estas deslocações fazem-se por etapas sucessivas de vinte e cinco quilómetros de extensão média, ficando os Peregrinos alojados nos albergues ou nas instalações desportivas que os municípios geralmente cedem quando a dimensão da Peregrinação o justifica. Porto, Vila do Conde, Barcelos, Ponte de Lima, Valença, Porriño, Pontevedra, Caldas de Reis, Milladoiro e Santiago de Compostela são os locais que definem as etapas geralmente escalonadas e que têm maior capacidade de oferta de alojamento, podendo ainda acrescentar-se outros não menos importantes como Tuy, Redondela e Padrón.

A Associação dos Amigos do Caminho Português tem contado sempre nestas iniciativas com a colaboração empenhada do Corpo de Voluntários da Ordem de Malta, que garante um acompanhamento contínuo dos Peregrinos ao longo de todo o trajecto.

Esta colaboração justificou a formalização de um protocolo entre a Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago e a Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta, que contemplou a cedência de uma caravana ao seu Corpo de Voluntários, para ser utilizada no apoio às Peregrinações anuais a Santiago e em todas as iniciativas assistenciais da Ordem, nomeadamente nas Campanhas de Fátima.

Possa, assim, este esforço conjunto do Corpo de Voluntários e da Associação jacobeia contribuir para dar corpo à exortação de Sua Santidade o Papa João Paulo II, quando, em 1992, peregrinou pela primeira vez a Santiago de Compostela:

 

Eu, Bispo de Roma e Pastor da Igreja Universal, daqui, de Santiago, te lanço, velha Europa, um grito de amor - Volta a encontrar-te! Sê tu mesma, descobre as tuas origens, aviva a tuas raízes, revive aqueles valores autênticos que fizeram gloriosa a tua História e abençoada a tua presença nos outros Continentes!

Santiago de Compostela, 9 de Novembro de 1982 
João Paulo II

 

 

 

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Sinalização

Marco de SinalizaçãoA sinalização do Caminho Português de Santiago iniciou-se há cerca de dez anos, recorrendo ao sistema convencionado para toda a Europa para identificar de forma simples os itinerários jacobeus uma seta amarela pintada em muros, paredes, pavimentos, árvores, postes, etc, em todos os locais onde pudessem ocorrer dúvidas, particularmente nos cruzamentos e bifurcações.

Estas setas foram depois substituídas no troço galego por uma solução definitiva marcos de pedra com a distância quilométrica à Catedral de Santiago, incluindo um azulejo azul com uma vieira amarela posicionada de acordo com o sentido da marcha ou, noutros casos, apenas o mesmo azulejo colado em paredes e muros.

Sinalização em ÁrvoresEm Portugal têm-se mantido as setas amarelas, periodicamente retocadas, constituindo uma solução que, embora provisória, é absolutamente segura. Contudo, está já em curso a fixação definitiva de setas metálicas amarelas em todo o percurso, do Porto a Valença.

Para possibilitar a indicação do Caminho no sentido oposto, nomeadamente para orientação dos Peregrinos que de Santiago de Compostela se dirigem a Fátima, encontrarás também setas azuis que identificam o Caminho de Fátima, de Valença até ao Porto.

Chamamos ainda a atenção para uma sinalização constituída por dois traços, um vermelho e um branco, que encontrarás pelo menos entre Rates e Barcelos e entre Ponte de Lima e Valença. E á indicação da GR11-E9, um itinerário que tem origem em S. Petersburgo, na Rússia, atravessa toda a Europa e termina em Portugal na casa de S. Vicente. Trata-se de um percurso pedestre definido no nosso país pela Federação Portuguesa de Campismo. Também designado Caminho de Santiago, não corresponde integralmente ao traçado do Caminho Português, por incluir alternativas pontuais aos troços existentes com pavimentação betuminosa. Nesta sinalização dois traços paralelos indicam a direcção certa, dois em aspa a direcção errada e quando o vermelho se apresenta em ângulo recto significa a mudança de direcção para a direita ou para a esquerda. 

 

 

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Albergues e Refúgios

Peregrinação de bicicletaExistem alguns, para apoio dos peregrinos, mas só no troço galego do Caminho Português, concretamente em Tui (atrás da Catedral), em Redondela (no meio da cidade, na Torre do Relógio) em Pontevedra (na entrada da cidade, junto à Estação de Caminhos de Ferro), em Padrón (junto ao Convento de Santa Clara) em Teo (à ilharga da N550, próximo de Faramello) e em Santiago de Compostela (no Seminário Menor e no monte do Gozo). Aguarda-se para breve pelo menos mais um, em Caldas de Reis. Em Portugal estão em curso diligências para se criarem quatro nos concelhos de Vila do Conde, Barcelos, Ponte de Lima e Valença. Geralmente são grátis mas deve-se deixar, à saída um donativo simbólico (aconselha-se, pelo menos, 3€ ).

A capacidade é limitada e não há reservas, pelo que convém chegar cedo, antes das 16/17 horas, variando o encerramento das instalações entre as 22 e as 23 horas. De manhã, a saída deverá verificar-se até às 9/10 horas. E há que contar que não é possível ficar mais que uma noite em cada Albergue.

Quando há muito movimento de Peregrinos, no Verão e particularmente nos Anos Jacobeus, estão estabelecidas prioridades para a utilização dos Albergues, que privilegiam os que se deslocam a pé sem carro de apoio, depois os cavaleiros e, por último, os ciclistas.

É condição essencial para pernoitar num Albergue a apresentação da Credencial do Peregrino, devidamente autenticada com os carimbos do percurso efectuado, sendo também aí posto o correspondente carimbo.

Os Albergues disponibilizam um número limitado de camas em beliche, geralmente apenas com colchão e com ou sem cobertor, dispostas em camaratas e ainda instalações sanitárias e balneários, nem sempre com água quente. Geralmente têm também uma sala de convívio e podem ter ou não instalações rudimentares para preparação de uma refeição ligeira.

Apesar da limitação do apoio proporcionado pelos Albergues, o que receberes é fruto, exclusivamente, do voluntariado e da boa vontade das Associações locais. Não critiques o que te oferecem, antes agradece e colabora no que poderes. Não desperdices recursos, cumpre as regras de funcionamento (em particular os horários), conserva a limpeza e respeita a ordem e o sossego de quem descansa.

Toma bem nota de que os Albergues já disponíveis são só no troço galego do Caminho Português. Contudo, há Municípios, quer em Portugal, quer na Galiza que, terminado o ano lectivo, autorizam a utilização dos seus pavilhões gimnodesportivos para pernoitar, com acesso aos balneários, mormente quando se trata de Peregrinações com muitos participantes. Se for este o caso, informa-te nesta Associação. 

 

 

 Credencial do Peregrino

Peregrinação de bicicletaA Credencial do Peregrino é um documento que te identificará como Peregrino ao longo de todo o percurso e na chegada a Santiago, constituindo a versão actual dos antigos salvo-condutos.

Podes obtê-la nesta Associação que certificará, com a sua chancela, o teu bom propósito de realizar a Peregrinação. Depois, durante a caminhada, irás colhendo nela carimbos dos Albergues/Refúgios, Igrejas, Polícia, entidades administrativas ou estabelecimentos comerciais que comprovem a tua passagem.

A apresentação deste documento nos Albergues onde pretendes pernoitar é condição fundamental para seres recebido.

Quando chegares a Santiago apresenta-a na Oficina do Peregrino, que fica muito próxima da Catedral e receberás a Compostela, que é um certificado do cumprimento da Peregrinação, outorgada pelo Secretário Capitular, válida apenas para quem tenha percorrido, pelo menos 100 km a pé ou a cavalo ou 200 km de bicicleta. Mas nota bem que o seu requerimento na Oficina do Peregrino tem que ser feito pessoalmente entre as 9 e as 21 horas e não te assustes se deparares com uma fila de espera, porque o despacho neste serviço é razoável. 

 

 

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 Equipamento

Equipamento de viagemA mochila deve ser impermeável, sem varas, reforçada nas costuras, almofadada nas costas, com um sistema de sujeição adaptável ao tipo de marcha e com a capacidade máxima de 45 litros ou 8 kg. Não há mochila leve que não se torne pesada ao fim de alguns quilómetros, nem tão completa que não se verifique sempre alguma falta. Há que ter bom senso!

Para além do saco-cama inclui uma colchonete porque podes ter que dormir no chão.

Quanto ao vestuário escolhe 2 ou 3 pares de calças ou calções, 2 ou 3 "T-shirts" ou pólos de algodão, uma camisola para as noites frias ou um blusão de forro polar, várias mudas de meias sem fibras e sem costuras, roupa interior e um impermeável (até no Verão é frequente a chuva). Mas racionaliza a escolha da roupa, que é sempre um dos principais factores de peso na mochila.

Quanto ao calçado um par de botas de "trekking" com impermeabilização "Gorotex", um ou dois números acima do que calças, bem usadas e cómodas (não as estreies na caminhada) e calçado para o descanso ao fim de cada etapa. Não se aconselham sapatilhas nem sandálias.

Deves ainda incluir o que necessitas para a tua higiene pessoal, lenços, toalha de banho, papel higiénico e sabonete (nem sempre os albergues estão providos), um chapéu, gorro ou boina, um cantil ou garrafa com água e um bordão ou pau que, mais que um elemento decorativo, é um objecto imprescindível para manteres o ritmo da marcha, apoiares o corpo e facilitares a circulação nas mãos e braços.

Podes acrescentar, se assim o entenderes uma vieira (se te quiseres identificar publicamente como Peregrino), terço, telemóvel (com "roaming" + carregador), máquina fotográfica, lanterna, mapa ou guia do Caminho e um bloco de notas e esferográfica.

Não te esqueças do Bilhete de Identidade, Boletim de Saúde, Credencial do Peregrino, Cartão de Crédito e alguns Euros. Para finalizar, duas recomendações calça sempre dois pares de meias, o interior de algodão fino, sem remendos nem costuras e o exterior mais grosso, por exemplo de lã. Assim alivias a fricção contínua dos pés pela rigidez das botas ( não apertes demasiadamente os atacadores); e escolhe roupa de lavagem e secagem rápida, pois podes ter que recorrer a este expediente. 

 

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Cuidados de Saúde

Se estiveres disposto a levar a caminhada até ao fim, o teu corpo, mesmo ressentido, vai corresponder. Mas não exageres e cuida da saúde, evitando perturbações que, agravadas, te podem trazer graves consequências.

Provavelmente, a dureza do Caminho vai-se-te reflectir primeiro nos pés, em consequência de não estares habituado a andar ou por utilizares calçado pouco adequado. Poderão surgir bolhas, que tratarás do seguinte modo atravessa-as com uma linha fina de algodão branco, perfurando-as em dois pontos com uma agulha fina e comprida de forma a constituir um anel, que servirá de dreno. Nunca removas a pele que as cobre e desinfecta-as, sempre que possas, comBETADINE. Poderás também protegê-las com um penso. Para as evitares, utiliza calçado usado e a que estejas habituado e dois pares de meias, um interior de algodão e sem costuras e outro exterior mais grosso, por exemplo de lã. Antes de calçares as meias esfrega os pés com vaselina.

As distensões musculares e as cãibras aliviam-se com massagens e com um bom duche de água quente ao fim de cada jornada, tomado antes que o corpo arrefeça. Faz alguns exercícios para provocares o estiramento muscular e descansa o que poderes com as pernas estendidas e elevadas em relação ao corpo, para estimular a circulação. Nestas situações poupa-te, pois podes provocar uma tendinite, que é sempre dolorosa e quantas vezes impeditiva de continuar a caminhada. Se tal suceder, deves recorrer a um analgésico anti-inflamatório. Em caso de entorse, coloca também uma ligadura e redobra as cautelas.

Bebe água com frequência para evitar a desidratação. Se fores atreito a quebras de tensão quando te sujeitas a esforços físicos, come um ou dois rebuçados ou frutas secas, de que irás prevenido.

Protege-te do sol cobrindo sempre a cabeça e utilizando creme protector para as queimaduras. Das picadas de insectos, nomeadamente dos mosquitos frequentes nas áreas encharcadas, defendes-te com repelentes.

Se tens medicação habitual, não te esqueças dela em casa. Finalmente, aconselho-te a trazer o Boletim de Saúde, que te pode ser necessário se, eventualmente, tiveres que recorrer a um estabelecimento de saúde em Portugal ou em Espanha. 

 

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