Desejos natalinos...
Nesse Natal,
Desejo
que anjos-mensageiros
percorram as periferias e os campos
anunciando que haverá a paz
aos homens e às mulheres
de boa vontade.
Desejo
que viajantes de terras distantes
e de todos os povos,
tal qual no presépio,
dobrem os joelhos
diante dos nascituros
e das frágeis crianças.
Desejo
que todas as noites sejam natalinas,
com poesia, pão e alegria.
Desejo
que uma estrela, outra vez,
me guie até Jesus.
Desejo, enfim,
que o Deus-conosco
permaneça morando no presépio de desejos
que preparei em meu coração.
Redigido em 7 de dezembro de 2010, às 11 h. A inspiração foi motivada após montar o presépio na sala de minha casa, com as muitas lembranças dos presépios que ajudei meu tio a montar no Santuário N. Sra. de Caravággio, em Paim Filho - RS.
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Entrega definitiva
Senhor,
Quando eu Te invocar
Com gritos da alma,
Já mudo na voz,
Irás me ouvir.
Então, vou confiante,
Com passos seguros.
Cansaços sumidos,
Gemidos prá trás.
Nascido outra vez,
Com corpo de luz,
Jorrando amor!!!
Redigido em 16 de novembro de 2010, às 11h
Fernando
Fernando saudade.
Poeira está?
É sempre presença,
Da vida que há.
Fernando coragem,
Não fala contido.
É o ‘praedica verbum’
Do Cristo despido.
Cadeira de balanço,
Recusa constante.
Mas nela se foi,
Em tão pouco instante.
Teu busto me lembra
O amor e a luta,
Que grita tão forte:
- Não faço permuta.
Dez anos se foram,
O tempo passou.
Memória então diz,
Fernando ficou.
PS: poema publicado no jornal O Popular, em 30 de outubro de 1995. Foi uma homenagem ao primeiro arcebispo de Goiânia, D. Fernando Gomes dos Santos, falecido em 1º de junho de 1985. Praedica verbum (anuncia a Palavra) foi o lema de seu brasão episcopal.
Pinóquio
De boneco sem dor, nem
sabor,
Te tornaste rosado e
falante.
Conheceste o dom de ser
livre.
Tu ficaste por dentro um gigante.
Marionete depois
transformado,
objeto de manipulação.
Foste ingênuo e não
dispuseste
do poder de fazer opção.
Em seguida cresceu teu nariz
denunciando a verdade
traída,
te jogando na anomia dos
sonhos
e em falsas ilusões da vida.
Mas um dia então conseguiste,
já depois de um longo errar,
descobrir-se com plena
consciência
prá lutar, construir e amar.
PS: poema publicado no jornal O Popular, no dia 11 de dezembro de 1995. Inspirado no filme Pinóquio, assistido com a filha que, então, tinha apenas 4 anos.